A ansiedade pode ser descrita como um misto de medo e desconforto que normalmente surge frente a uma situação temida. Para entender se essa ansiedade é normal ou patológica, deve-se levar em conta o grau de medo, tempo de duração, o que a gera e como esta afeta a vida do indivíduo.

Dentre os quadros psiquiátricos, os transtornos de ansiedade são os que mais afetam a sociedade. No caso das crianças, os transtornos ansiógenos mais comuns são o transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade generalizada e as fobias específicas (como o medo de animais, do escuro ou de um ser imaginário). As causas variam entre os indivíduos, podendo ser biológicas, genéticas e/ou ambientais.

Os pais devem se manter atentos para possíveis reações exageradas de ansiedade nos filhos, como por exemplo uma criança que se recusa a ir à escola. Ainda, é importante que os pais tenham uma boa comunicação com a criança, buscando demonstrar confiança e tranquilidade para que esta sinta-se segura ao passar por diferentes tipos de situações. Mostrar-se nervoso ou impaciente pode apenas aumentar a ansiedade da mesma.

É comum que pais esperem as reações do filho ansioso tornarem-se “insuportáveis” para então buscar o apoio de um profissional, o que afeta a saúde mental e emocional da criança, podendo causar prejuízos em sua aprendizagem, sociabilidade e relacionamento familiar. O psicólogo tem papel fundamental no auxílio da família, realizando a avaliação da criança ou adolescente, orientação dos pais, psicoterapia e os possíveis encaminhamentos necessários. Quanto mais cedo a criança recebe o auxílio de um profissional, mais rápida e eficaz costuma ser a intervenção com a mesma. Porém, sem o tratamento adequado, a criança estará desamparada frente a um grande sofrimento emocional e, comumente, poderá levar essas dificuldades para a vida adulta.

 

Referência: CASTILLO, A. R. GL et al. Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 22, supl. 2, p. 20-23, dez. 2000.